Pela substituição da palavra “caralho” pela palavra “buceta” para uma
calorosa expressão de surpresa:
- “Buceta, não acredito!”
- “Buceta! É sério?”
- “Buceeetaa... q merda!”
Pela extinção das expressões “filho da puta” e “puta que pariu” como
xingamentos, que os filhos da puta merecem respeito bem como todas as putas que
pariram. O nome do safado que engravidou a puta e caiu fora poderia ser usado
como xingamento, mas esses filhos da... esses caras não deixam rastro. Podemos
usar um nome simpático de apelo popular como “filho do Bolsonaro”. Mas vamos
deixar os filhos de lado e extinguir esses termos, afinal, os filhos não têm
culpa... se bem que os filhos do Eike Batista, do Cabral, do Cesar Maia, a
filha do Garotinho... esse povo sabe fazer filho “filho da...”, “filho do
Bolsonaro”!
Vamos precisar de um tempo de adaptação para fazer as novas expressões
chegarem ao uso corrente. Você pode treinar no espelho todas as expressões de
“buceta” – buceeetaaa..., buceta..., bu-ce-ta... – e os nomes de todos os pais
de que os filhos herdaram a falta de caráter – filho do Cabral!, filho do Eike
Batista, seu Thor!, cara, cê é mó filha do Garotinho... Mas de uma vez por
todas, deixe as putas em paz! E lembre-se que “piranha”, como diz aquela
música, “é um peixe voraz”.
Não “vá tomar no cu”, a menos que goste. Se gostar, tome muito no cu e
goze. E “vai se foder” sempre que der vontade, por prazer, e com o
consentimento de ambas as partes. Nunca se esqueça de que na língua portuguesa
“não” é sinônimo de negação. No novo acordo pornográfico, “não” continua sendo
“não”.
Galinhas e vacas devem ser libertadas dos abatedouros (para a
felicidade dos veganos), e das adjetivações de mulheres. Galinha é galinha,
vaca é vaca, mulher é mulher; e todas devem ser livres!
Chame uma mulher de “vadia”, mas deixe ela viver na vadiagem, em vez de
impor uma dupla jornada. Trabalho, no sistema capitalista, é sempre trabalho
escravo. Mire-se no exemplo de uma vadia de verdade, e seja vadio também.
Paremos a produção! Sejamos todos vadias e vadios para o bem da humanidade!
Dizer que algo é “foda” continua tendo duplo sentido, dependendo da
entonação. Pode ser ruim ou pode ser bom. Infelizmente não há regras para a
foda. Exceto que “não” é “não”.
“Merda” continua sendo “merda”, porque toda cagada é fedida, embora
muito natural, e saia igualmente de cus masculinos e femininos. Mas você pode
incluir no seu vocabulário a expressão “cu é lindo!”, coisa mais poética que eu
já vi numa faixa de manifestação, junto com “meu cu é laico” e outras do tipo.
“É meus ovo” é válido, mas se você for mulher, prefira a expressão “é
meus ovário”. Ainda não tenho uma opinião formada sobre “escroto”, já que
aquela coisa dependurada embaixo do pau é mesmo meio escrota. Deixo aberto o
debate.
Exemplo de diálogo com o novo acordo pornográfico para o uso do
palavrão:
- Buceta! Aquele filho do Bolsonaro fez uma merda!
- Ah, deixa isso pra lá, vadia... Vai tomar no cu, vai se foder...
- Não! Agora não dá. Porra, tô Cabral da vida com essa história! Foi
uma Eike sacanagem!
- “Porra” é meus ovário! Cê tá usando uma expressão escrota que ainda
não foi debatida.
Deixo a porra esparramada no final do texto, porque não consigo achar
nada que substitua adequadamente a abreviação “pô”. Mas lembrando que secreção
por secreção, pô... nós temos a menstruação. Engole essa!
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